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Saiba mais sobre artrose, osteoporose e sarcopenia

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Grace Gianoukas - Foto: Divulgação

Especialista diz que qualidade de vida é possível

A atriz brasileira Grace Gianoukas disse em entrevista ao podcast Lá No Pod que sofre com artrose no quadril. O ortopedista Inácio Ventura explica que a artrose se manifesta pelo desgaste das articulações, sendo perceptível por gerar restrições mais rápidas e dor. “A artrose, claro, não dói desde sempre, mas, muitas vezes, ela vai cursar em algum momento com ciclos de dor, limitação e restrição de movimento de capacidade de executar as coisas do dia a dia”, aponta.

O médico comenta que existem muitas articulações no organismo e todas podem desenvolver artrose. O especialista diz ser preocupante quando são envolvidos joelhos e quadril, pois eles estão vinculados diretamente à mobilidade, independência, autonomia e à capacidade de estar inserido no meio social.

Ventura traz alguns dados da literatura médica indicando que após os 60 anos de idade, 60% das pessoas apresentam artrose detectada na radiografia mesmo sem sintomas. Após os 80 anos, o número aumenta e chega a 80%. Contudo, a qualquer momento, podem passar a manifestar quadros de dor, deixando de ser somente radiográfica.

Apesar de a doença não ter cura e ser preocupante pelo grau de limitação — pois se trata de uma patologia crônico- degenerativa —, existe controle para algumas articulações, como a cirurgia de prótese de quadril (artroplastia).

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Osteoporose

Aos 60 anos, a atriz norte-americana Sally Field revelou ao público ter osteoporose. Segundo o médico Inácio Ventura, a doença é uma perda da densidade mineral óssea. O diagnóstico é baseado na densitometria mineral óssea quando há um desvio padrão maior que dois e meio de diferença do pico de massa óssea da população jovem. Ventura chama atenção para o perigo de a osteoporose ser silenciosa — costuma não levar à dor e a nenhuma limitação.

Normalmente, ao se manifestar, a doença é mais perigosa. Quando ocorre a fratura, muitas vezes, é urgência ortopédica e necessita de tratamento cirúrgico. Inácio cita que as fraturas do quadril e do colo do fêmur são as mais frequentes, levando o paciente ao hospital em caráter de emergência.

No entanto, quando a cirurgia adequada e a reabilitação pós- operatória não são feitas no tempo correto, o contexto é a gravidade. Uma vez debilitado, o indivíduo pode ter riscos para a saúde, inclusive a morbimortalidade (doenças causadas por morte em determinadas populações, espaços e tempos).

“O tratamento e a prevenção da osteoporose devem começar na juventude, principalmente para as mulheres”, alerta o ortopedista. É fundamental que elas conquistem o máximo de saúde, qualidade e densidade mineral óssea, porque o risco de desenvolver a doença é maior após a menopausa, já que os fatores hormonais são levados em conta.

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Sarcopenia

A sarcopenia está ligada à perda de força muscular, normalmente, no idoso. De acordo com Ventura, o diagnóstico era muito vinculado à associação com perda de massa muscular e força. No entanto, a massa não é o fator mais relevante, mas, sim, a capacidade de executar atividades.

Conforme o médico, a partir dos 50 anos, existe a tendência de 1 a 2% de perda da massa muscular e de um e meio até 5% de perda de força ao ano. Para o ortopedista, é essencial, quando jovem, desenvolver força e massa muscular ao máximo, mas não no sentido de quantidade de massa. O objetivo é estar bem quando chegar à velhice, tendo reservas para uma perda natural que vai acontecer.

Já o sedentarismo, a falta de atividade física e o déficit nutricional também são pontos cruciais para o desenvolvimento da sarcopenia (podemos citar as alterações hormonais, próprias da idade, e neurodegenerativas, que levam ao quadro da doença). É importante saber que a enfermidade é vinculada ao conceito mais amplo, inclusive às síndromes geriátricas. É o que chamamos de síndrome da fragilidade — mostra exatamente o tipo de situação que uma doença pode levar o idoso, deixando-o suscetível a uma série de transtornos, alguns muito graves.

A inter-relação entre as doenças

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Segundo Ventura, as três doenças têm ligações diretas pelas mesmas causas subjacentes, público-alvo acometido — especialmente pacientes mais velhos. Entretanto, ele ressalta que todo o processo é iniciado na juventude. “A partir do momento que eu tenho restrição de mobilidade, tenho mais perda muscular. Se tenho mais perda muscular, tenho menor desenvolvimento de densidade mineral óssea e consigo executar menos atividades”, afirma.

O especialista pontua que há algumas intervenções voltadas para a sarcopenia em termos de tratamentos hormonais, de suplementos e medicações próprias. Já a osteoporose é uma das áreas que atraem as inovações de medicações de alvos terapêuticos, com medicamentos cada vez melhores. Na artrose, em estágios finais, os tratamentos cirúrgicos de eleição têm resultados cada vez mais animadores, com inovações e trazendo bons resultados aos pacientes.

Dr. Inácio Ventura - Foto: Divulgação

Dr. Inácio Ventura – Foto: Divulgação

O ortopedista lembra que a osteoporose tem um determinado tipo de alimentação, que é mais importante com a suplementação da vitamina D, gorduras boas, exposição solar, esporte com mínima carga repetida para o osso. Na sarcopenia existe um aporte proteico mais adequado.

Entretanto, é preciso manejar os suplementos naquele paciente idoso que tem tendência a absorver menos nutrientes da alimentação, além de uma estratégia de exercícios físicos voltada para o fortalecimento do impacto.

Qualidade de vida

O médico orienta boa alimentação, com o mínimo de ultraprocessados, evitando açúcares e óleos artificiais, além daquele lema: “descasque mais, desembale menos”. Isso somado ao exercício físico constante. Ademais, a ciência tem compreendido e comprovado como as principais doenças degenerativas crônicas estão interligadas diretamente e são frutos de uma causa comum chamada processo inflamatório crônico-sistêmico.

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Ventura diz que um indivíduo é capaz de gerar, em tese, quaisquer uma dessas doenças crônico-degenerativas ou várias delas ao mesmo tempo. A causa subjacente é o que a pessoa fez com o seu corpo ao longo da vida, e como ela leva a vida hoje (hábitos saudáveis).

Os hábitos serão também a principal estratégia de tratamento. Segundo o ortopedista, os principais vilões são os níveis de estresse e ansiedade que estamos sujeitos na vida.

Controlá-los através de estratégias vinculadas à espiritualidade, hobbies, convivência familiar, atividades de prazer, bichos de estimação, usar menos telas, não ler ou assistir notícias ruins, trabalhar com o que se gosta, leva ao primeiro pilar do controle do estresse da ansiedade.

Para Inácio, o sono é um momento essencial, pois o corpo limpa o organismo das agressões enfrentadas durante o dia, além de promover a limpeza das substâncias inflamatórias que estão circulantes e foram geradas pela condição de estresse no dia a dia.

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