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Saúde

Saiba como conquistar a longevidade saudável

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Ary Fontoura e Fernanda Montenegro - Foto divulgação

Nos últimos 13 anos, o número de idosos aumentou em 60% no Brasil. A pesquisa do Censo Demográfico de 2022 mostrou que a expectativa de vida para os homens é de 73,6 anos, enquanto a das mulheres é de 80,5 anos

Quando acompanhamos os atores Ary Fontoura, 91, e Fernanda Montenegro, 94, seja nos palcos do teatro ou nas telenovelas, logo pensamos na vitalidade e longevidade saudável desses dois grandes nomes das artes no Brasil. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que o país tem mais de 22 milhões de pessoas acima dos 65 anos, o que corresponde a 11% da nossa população.

A médica Ana Gabriela de Magalhães, pós-graduada em Medicina e Estilo de Vida, diz que o ambiente em que vivemos tem um impacto profundo na saúde, pois influencia a maneira como o indivíduo viverá. Ela comenta que a exposição a poluentes, estresse ambiental, qualidade do ar, água, alimentos, fatores socioeconômicos e relações interpessoais podem influenciar significativamente a longevidade das pessoas.

A especialista aponta que uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes como frutas, verduras, legumes, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis ajudam a prevenir doenças crônicas, melhorar a função imunológica e influencia na biologia do envelhecimento.

Estudos epidemiológicos e experimentais, conforme cita Ana Gabriela, indicam que a restrição calórica com ingestão adequada de nutrientes pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer, além de melhorar a função autonômica e a expressão gênica no músculo esquelético humano.

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Já as dietas tradicionais, como a mediterrânea, nórdica e de Okinawa, padrões dietéticos contemporâneos, como o índice de dieta baseada em plantas saudáveis, a dieta Dash e o índice de alimentação saudável alternada, estão associadas a menor mortalidade e maior longevidade saudável. “Esses padrões compartilham componentes comuns, como predominância de alimentos vegetais ricos em nutrientes e limitação de carnes vermelhas e processadas. Além disso, a qualidade e  a composição  da dieta são mais importantes do que a quantidade de macronutrientes. A ingestão reduzida de proteínas e aminoácidos específicos, bem como a modulação nutricional do microbioma, são fatores-chave”, destaca.

Saúde mental

Segundo a médica, a saúde mental está intimamente relacionada à longevidade. Ela argumenta que pessoas com boa saúde mental tendem a ter menos doenças crônicas, melhor qualidade de vida e maior capacidade de manter hábitos saudáveis, como atividade física e dieta balanceada. “Um estudo chamado “Singapore Longitudinal Aging Studies” indicou que níveis mais altos de felicidade estão correlacionados com a menor mortalidade. Por outro lado, pesquisas mostram que pessoas com transtornos mentais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, apresentam uma expectativa de vida reduzida”, pontua.

Qualidade do sono

Ana Gabriela salienta que o sono é fundamental para a reparação celular, equilíbrio hormonal, função cognitiva, função imunológica e saúde mental, ou seja, bem-estar do indivíduo. A médica alerta que a privação de sono está associada a vários problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, que podem reduzir a longevidade.

Dra. Ana Gabriela - Foto divulgação

Dra. Ana Gabriela – Foto divulgação

Musculação

A médica reforça que a musculação é uma modalidade esportiva essencial para a manutenção da massa muscular, força e saúde óssea, que tendem a diminuir com a idade, já que após os 35 anos, a perda de massa magra (músculo) em todos indivíduos é inerente. “Além disso, melhora o metabolismo, a postura e a capacidade funcional, coordenação motora, equilíbrio, contribuindo assim, para uma vida mais ativa e independente, ou seja, manter um envelhecimento de forma funcional”, enfatiza.

Reposição hormonal

Ana Gabriela chama atenção que a reposição hormonal e o uso de suplementos devem ser personalizados e supervisionados por um profissional de saúde. “Eles podem ser benéficos em certos casos, mas não são uma solução universal. Uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios é essencial, além de avaliar a necessidade para cada indivíduo”, lembra.

Longevidade saudável começa na infância

De acordo com a médica, os hábitos saudáveis estabelecidos na infância podem impactar significativamente a vida adulta e, consequentemente, a longevidade. Ela observa que uma boa nutrição, atividade física regular e um ambiente emocionalmente saudável reduz as chances de doenças metabólicas, cardiovasculares, obesidade, câncer e assim, criam bases sólidas para um envelhecimento saudável.

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Preparados para o envelhecimento

Ana Gabriela acredita que as pessoas ainda não estão totalmente preparadas para o envelhecimento, embora a medicina tenha avançado em preceitos de qualidade de vida e pesquisas no tema. “Ainda enfrentamos desafios como doenças crônicas, acesso desigual aos cuidados de saúde e falta de conscientização e desejo de mudança em alguns sobre hábitos saudáveis que promovem um envelhecimento saudável”, finaliza.

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