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Cultura

Milka Plaza: “Dicas Divertidas – Cinema Marginal x Cinema Novo”

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A indústria do cinema vem se modificando desde os tempos dos precursores como Charles Chaplin, irmaosLumière, Alfred Hitchcok, François Trauffeau entre outros…no Brasil tem havido influência americana, inglesa, francesa e como forma de manifesto, o cinema de autor.

O Cinema Novo e o Cinema Marginal foram dois movimentos importantíssimos do cinema brasileiro no período entre as décadas de 1960 e 1970. O cinema novo por exemplo  defendia a estética da fome e se preocupava com assuntos  culturais,  histórias ecostumes nacionais.O Cinema marginal era despreocupado, grotesco, preconizava, a  violência e o absurdo do cotidiano do povo marginalizado na sociedade brasileira.

A relação entre os dois movimentos não se dava apenas através dessas diferenças ou congruências, mas existia também uma relação de interesse mútuo entre os diretores. Não era segredo a admiração de Bressane e Sganzerla pelos trabalhos de Glauber Rocha e Paulo Cezar Saraceni, por exemplo. Inclusive, Rocha também experimentou um pouco da marginalidade em Câncer, longa de 1972.

A respeito do Cinema Marginal, os gêneros são variados, como policial, drama, erótico e terror. Os filmes, em geral de baixo orçamento, são produzidos principalmente na Boca do Lixo, centro de São Paulo, e no Rio de Janeiro, pela produtora Belair. Com tramas insólitas: a do rapaz que, com tranquilidade, dá navalhadas fatais no pai e na mãe, passa a lâmina no sofá para tirar o sangue, coloca a arma no bolso e sai de casa para assistir a um filme. Essa é a parte inicial de Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), do diretor de cinema Júlio Bressane (1946), um dos ícones do movimento, ao lado de nomes como Rogério Sganzerla (1946-2004), Neville d’Almeida (1941) e Ozualdo Candeias (1922-2007). Candeias dirige A Margem (1967), marco inaugural do movimento, com suas histórias trágicas e esquisitas entre dois casais.

Poster do filme “O bandido da luz vermelha” –  filme  brasileiro de 1968, do gênero policial, dirigido por Rogério Sganzerla.

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Li um artigo interessante no Portal brasileiro de cinema, Passos e descompassos à margem, de Rubens Machado Jr, que diz: “O improviso e a precariedade (a “câmera na mão”) como condições necessárias para a perspectiva de indagação livre e aberta sobre a condição brasileira (“uma idéia na cabeça”) parecem ser as divisas resistentes dos marginais. Hoje, quando olhamos ao redor e vemos o dito cinema da retomada no Brasil tão dispendioso, pseudo-convencional, acadêmico, pesadão – em plenos anos 90, com o sucesso do cinema iraniano, dos independentes americanos, do filme de periferia francês, do Dogma 95 – nos perguntamos se o problema político-econômico, persistente, não é também um problema de memória”. Mesmo assim, existem cineastas brasileiros que recorrem a várias temáticas,

Principais cineastas e filmes

Rogério Sganzerla

  1. O Bandido da Luz Vermelha
  2. A mulher de todos
  3. Sem Essa, Aranha

Júlio Bressane

  1. O Anjo Nasceu
  2. A família do barulho
  3. Matou a família e foi ao cinema

Ozualdo Candeias

  1. A herança
  2. A margem
  3. Trilogia do terror

Andrea Tonacci

  1. Bangbang

Neville D’Almeida

  1. Mangue Bangue
  2. The Night Cats

João Batista de Andrade

  1. Gamal, o delírio do sexo
  2. Em cada coração um punhal

Referências

  1. BERNARDET, Jean Claude (2001). «Cinema Marginal?». Folha de S. Paulo
  2.  GARDNIER, Ruy. Uma indústria da anti-indústria. In: GATTI, André Piero; FREIRE, Rafael de Luna (orgs.). Retomando a questão da indústria cinematográfica brasileira. Rio de Janeiro: Caixa Cultural: Terra Brasilis, 2009.
  3. MELO, Luís Alberto Rocha . A construção do “filme marginal”. CPCine, UFJF. _______.
  4. JOSÉ, Ângela. Cinema marginal, a estética do grotesco e a globalização da miséria. ALCEU – v. 8 – n. 15 – p.155 a 163 – jul./dez. 2007.

Colunista: Milka Plaza

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