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Saúde

Mal súbito: cardiologista explica a doença

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Pedro Henrique - Foto divulgação

Metade dos pacientes que sofrem parada cardíaca fora do hospital tiveram ao menos um sintoma nas horas ou dias anteriores, aponta estudo americano divulgado no Lancet, feito pelo Cedars-Sinai Health System, em Los Angeles.

No fim do ano passado, o cantor gospel Pedro Henrique desmaiou no palco enquanto fazia um show, em Feira de Santana, na Bahia. Ele teve infarto fulminante e faleceu, subitamente, aos 30 anos.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), a morte súbita é responsável por 320 mil mortes, por ano, no Brasil. De acordo com o cardiologista Frederico Scuotto, os possíveis sintomas prévios ao colapso hemodinâmico são dor torácica importante, falta de ar significativa e de início repentino, palpitações, sensação de desmaio e/ou desmaio.

Ele explica que é possível reverter a morte súbita tornando-a abortada, pois a realização de ciclos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) são essenciais, assim como a utilização de desfibriladores externos. Assim, a presença deles em locais públicos torna-se primordial. Além disso, o pronto atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tem sido fundamental no combate à parada cardiorrespiratória (PCR) fora do ambiente hospitalar.

Segundo Scuotto, é possível prevenir a morte súbita na maioria dos casos. Nos pacientes sem comorbidades, o acompanhamento regular com o cardiologista e a realização de exames preventivos
são fundamentais, especialmente nos indivíduos acima dos 35 anos.

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Quem já tem doença cardíaca diagnosticada deve ser estratificado quanto ao risco da ocorrência de morte súbita. Nesses casos, a prevenção se faz através do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). “Se o risco for considerado significativo, é indicado, então, o implante do CDI. Para aqueles pacientes que já apresentaram morte súbita abortada de origem cardíaca, o CDI está normalmente indicado para a prevenção de novos
eventos”, comenta.

A morte súbita pode acometer pacientes em todas as idades, incluindo crianças e adultos jovens. O cardiologista fala que a prevalência, porém, torna-se maior nas faixas etárias elevadas, em que o paciente apresenta mais comorbidades e chance de cardiopatia associada.

Dr. Frederico Scuotto - Foto divulgação

Dr. Frederico Scuotto – Foto divulgação

Para o médico, os relatos de morte súbita em jovens decorrem de doenças cardíacas com herança genética importante. Ele destaca a miocardiopatia hipertrófica, em que a parte do músculo cardíaco apresenta crescimento anormal, podendo levar a arritmias graves e morte súbita.

Parentes de pacientes com essa patologia são habitualmente convocados a realizar exames de triagem (ecocardiograma e eletrocardiograma) para avaliação de possível acometimento também pela doença.

Existem ainda doenças que acometem os canais iônicos responsáveis pela formação e condução do estímulo elétrico que vai originar o batimento cardíaco pelo coração, as chamadas canalopatias. Seus principais representantes são as síndromes do QT Longo Congênito, Síndrome de Brugada e a Taquicardia Ventricular Polimórfica Catecolaminérgica. “Relacionada ainda à morte súbita em jovens, figurando como causa principal em atletas, está a síndrome de Wolff-Parkinson-White, passível de correção através de um procedimento minimamente invasivo, chamado estudo eletrofisiológico com ablação”, completa

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