Leucemia é um tipo comum de câncer em crianças e adolescentes com menos de 15 anos

Quando identificada precocemente e tratada, a doença pode ser curada ou controlada

A atriz Luiza Valdetaro passou por um drama em 2012. Maria Luiza, a filha da artista, com apenas três anos, foi diagnosticada com leucemia. Foram dois anos e 8 meses de tratamento, incluindo quimioterapia, até a cura ser declarada. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que no triênio 2023-2025, o Brasil deve ter 34,6 mil novos casos da doença.

De acordo com a oncopediatra Mariana Dórea, a leucemia mais comum na infância é a linfoide aguda. Ela explica que normalmente a doença se apresenta com febre persistente, podendo a criança ter dores articulares, sangramentos, linfonodomegalias (inchaço dos gânglios linfáticos) e hepatoesplenomegalias (aumento do baço e fígado). Para completar, o Inca diz que as manifestações clínicas mais comuns ainda têm cansaço, perda ou diminuição da força física decorrentes de anemia; hemorragias, como sangramento de mucosas (como gengiva) ou manchas roxas na pele. “É uma doença que pode ser confundida com doenças virais, por exemplo. O primeiro exame a ser feito é o hemograma. Ele vai ajudar a desconfiar da leucemia. Quem vai dar o diagnóstico vai ser o mielograma”, explica a médica.

Dra. Mariana Dórea – Foto divulgação

A oncopediatra comenta que o tratamento é feito com quimioterapia endovenosa, oral, intramuscular, subcutânea e intratecal. Ela lembra que o transplante de medula óssea em crianças nunca é a primeira opção, pois será indicado em casos de refratariedade do tratamento, por exemplo.

Mariana chama atenção para as probabilidades de cura que, segundo a especialista, dependem de vários fatores. Ela afirma estar comprovado que o diagnóstico precoce aumenta muito a chance de o paciente ser curado, porém, têm questões individuais que devem ser levadas em consideração, como a biologia molecular, o cariótipo, importantes na definição do prognóstico.