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Entenda os principais pontos do implante contraceptivo

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Especialista diz que, com o incentivo adequado e ampliação do acesso para o maior número possível de mulheres e diferentes regiões, o Implanon pode contribuir para a saúde reprodutiva e o empoderamento das mulheres no Brasil

A ginecologista Helena Lapa (CRM-SP 221.722 e RQE 106763) conta que o Implanon é um implante contraceptivo em formato de um pequeno tubete, flexível, inserido abaixo da pele do braço e libera nanodoses diariamente do hormônio etonogestrel. Ela esclarece as vantagens e desvantagens do Implanon:

Vantagens

Alta eficácia: é um dos métodos contraceptivos mais eficazes, com taxa de eficácia superior a 99%. Ao contrário de métodos que exigem o uso correto e consistente, como a pílula ou o preservativo, o Implanon não depende da adesão diária para manter a sua eficácia. Por exemplo, se você esquecer de tomar a pílula, isso pode afetar na eficácia do método, o que não aconteceria com o Implanon. A eficácia dele não muda, pois não depende de a paciente ter que se lembrar do uso.

Longa duração: oferece proteção contraceptiva por até três anos, eliminando a necessidade de ter que lembrar-se de tomar pílula diariamente ou utilizar outro método de forma regular.

Discrição: o implante é discreto, praticamente invisível e imperceptível ao toque. Não causa deformações na pele.

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Reversibilidade: a fertilidade retorna rapidamente após a remoção ou término do implante, uma vez que a dose do hormônio é muito baixa.

Redução de sintomas menstruais: Algumas mulheres podem experimentar uma redução na intensidade e duração da menstruação, ou até mesmo ausência dela, o que pode ser visto como uma vantagem para algumas mulheres que sofrem com sintomas intensos de TPM, cólicas, fluxo menstrual forte, mulheres com anemia por deficiência de ferro, como, por exemplo, as que fizeram cirurgia bariátrica.

Desvantagens

Segundo Helena, a alteração dos padrões menstruais, incluindo sangramentos de escape (spottings), ausência de menstruação ou sangramentos prolongados. O processo de inserção e remoção do implante requer um procedimento médico, que pode oferecer algum desconforto para algumas mulheres.

Dra. Helena Lapa - Foto divulgação

Dra. Helena Lapa – Foto divulgação

A especialista aponta que, em casos raros, o implante pode ser mais difícil de remover, necessitando de uma ultrassonografia ou a retirada em centro cirúrgico.

Assim como qualquer procedimento, podem ocorrer complicações, como infecção no local da inserção ou o implante migrar ligeiramente dentro do braço.

O custo do Implanon pode ser elevado no primeiro momento se não for coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou planos de saúde, embora, em longo prazo, possa ser mais econômico do que outros métodos. “O Implanon não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo recomendado o uso de preservativos em conjunto para proteção adicional”, observa.

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Recomendações à mulher que deseja conhecer essa alternativa

A ginecologista lembra que é importante discutir com o médico para avaliar se é o método mais adequado, considerando o histórico de saúde, exames prévios e as preferências pessoais. Algumas condições de saúde podem ser afetadas pelo uso de hormônios, como doenças cardiovasculares, distúrbios de coagulação sanguínea, trombose, história de câncer de mama ou ovário. Dependendo da situação, podem representar uma contraindicação ao uso. “Vale a pena comparar o Implanon com outros métodos contraceptivos disponíveis, como a pílula, DIU, injeções hormonais, dentre outros, e assim decidir qual é o mais indicado. Por ser um método de longa duração, é importante uma conversa prévia abrangente em consulta, alinhando expectativas, efeitos colaterais que possam existir, para que a paciente não interrompa o método precocemente por falta de informações”, alerta.

Adolescentes podem usar implantes contraceptivos

Helena comenta que, pela alta eficácia e segurança, o método é bastante recomendável para adolescentes que desejam evitar a gravidez em longo prazo. A médica afirma ser crucial que elas entendam que o Implanon não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, deve ser reforçado o uso de preservativos em conjunto com o Implanon, pois as adolescentes podem enfrentar pressões sociais e estigmas relacionados ao uso de contraceptivos. “Muitas ainda não conversaram abertamente com seus pais ou responsáveis que já iniciaram a vida sexual, e se sentem constrangidas ou incomodadas de ter que usar uma pílula ou injeção regularmente. O Implanon pode ser uma boa opção por ser praticamente invisível e oferecer menor exposição à adolescente”, salienta.

Colocação do implante

A especialista explica que a colocação do Implanon é um procedimento simples e rápido, realizado por um médico qualificado, no próprio consultório. A paciente fica acordada o tempo todo. Geralmente é inserido no braço não dominante (por exemplo, no braço esquerdo para uma pessoa destra), um pouco acima do cotovelo, na parte interna do braço. Utiliza-se uma injeção de anestesia local na área onde o Implanon será inserido, para adormecer a pele e os tecidos subjacentes, garantindo que o procedimento seja praticamente indolor. O Implanon é inserido através de um aplicador especial, durando em média cinco minutos. Não é necessário dar ponto, basta um curativo para compressão. Após a inserção, é possível senti-lo apalpando a área.

Nos primeiros dias após a inserção, é comum haver algum desconforto, inchaço ou hematomas leves no local. Estes sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após alguns dias. É importante evitar atividades que possam pressionar o braço, para evitar complicações. “Quando o implante é inserido pela primeira vez no braço, pode levar até sete dias para começar a funcionar para evitar a gravidez. A importância de se usar o preservativo nesse período, ou abstinência sexual, para não ter maiores surpresas”, pontua.

Políticas públicas no Brasil para o uso do implante contraceptivo

De acordo com a ginecologista, estudos indicam que o uso de métodos contraceptivos de longa duração, como o Implanon, pode reduzir significativamente as taxas de gravidez não planejada, especialmente entre jovens e populações vulneráveis. Essa redução tem impactos positivos na saúde pública, incluindo a diminuição da mortalidade materna e infantil, e melhora no bem-estar socioeconômico das famílias.

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O Implanon foi incluído no SUS gratuitamente, porém o acesso ainda é restrito em vários lugares, dependendo da disponibilidade do dispositivo nas unidades básicas de saúde, da existência de médico capacitado para a inserção e de alguns pré-requisitos levados em conta, pois infelizmente não é possível colocar o Implanon em todas que desejam. “Regiões mais remotas ou menos desenvolvidas podem ter dificuldades logísticas para fornecer o Implanon, e a disponibilidade pode variar entre estados e municípios. Para o sistema de saúde, investir em contraceptivos de longa duração pode reduzir custos associados a gravidezes não planejadas e complicações decorrentes”, finaliza.

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