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Saúde

Entenda a relação da saúde intestinal com a qualidade do sono

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Durante o sono, o corpo restaura as células intestinais e promove uma mucosa saudável; sono adequado ajuda a equilibrar a microbiota intestinal, fortalecendo as bactérias benéficas

Segundo a neurologista Ana Carolina Dias Gomes (CRM-SP 171.300 e RQEs 60.963 e 609.631), especialista em Medicina do Sono pelo Instituto do Sono, o intestino é produtor de neurotransmissores, possui um sistema nervoso importante e uma comunicação direta com o cérebro. O microbioma, por exemplo, é composto por diversos organismos, como bactérias, vírus, protozoários e fungos. São habitantes do intestino e capazes de produzir diversos ativos que têm efeito cerebral e local, podendo impactar na comunicação do intestino com o cérebro. Ela explica que o nervo vago — controla funções vitais, como a frequência cardíaca, respiração e movimentos do trato digestório, e é responsável também por reflexos como tosse, deglutição e vômito — por meio desses mecanismos, do próprio sangue, dos compostos que esses microrganismos produzem, podem influenciar o cérebro.

A especialista destaca que esses compostos produzidos podem ser benéficos ou maléficos, o que torna essencial manter a boa flora intestinal para garantir várias questões em relação à saúde mental. “Quando temos uma neurodivergência, isso acaba sendo mais importante em pacientes do transtorno do espectro autista e TDAH”, aponta.

Dra. Ana Carolina Dias Gomes - Foto divulgação

Dra. Ana Carolina Dias Gomes – Foto divulgação

Ana Carolina pontua que dormir mal também afeta o intestino por diversos motivos, entre eles, a piora na própria digestão; o estresse que atinge o processo digestivo e impacta diretamente na flora intestinal. Além disso, a hiperativação do eixo de estresse, chamado de HPA (hipófise adrenal), ao ser estimulada, acontecem alterações do sono, atingindo múltiplas vias.

Dormir após a refeição

De acordo com a neurologista, não é recomendado dormir após a refeição, por questões como o refluxo, que pode atrapalhar o sono. À noite, além desse ponto citado, o que pode prejudicar o sono é a regulação do ciclo do sono-vigília, porque a alimentação é uma das pistas utilizadas pelo cérebro para regular o ciclo circadiano — acontece de maneira semiautomática de um dia para o outro.

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A médica esclarece que as pessoas ciclam diariamente, em torno de 24 horas, mas não precisamente 24 horas. O nosso ciclo precisa ser ajustado todos os dias, e a luz é o principal fator que o corpo usa para se orientar no tempo, saber que é dia e ajustar o relógio interno. No entanto, existem outros ciclos e a alimentação é um deles. “Quando o indivíduo come bastante, perto da hora de dormir, ele atrapalha o seu ciclo circadiano, especialmente se for uma refeição muito rica em calorias e em carboidratos”, finaliza.

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