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Empresa busca desenvolver inteligência artificial para comunicação com entes falecidos

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Fonte/ Reprodução: Pixabay

A promessa da inteligência artificial em criar uma conexão com entes queridos que já partiram

Como perpetuar a memória de entes queridos que já partiram? A busca por soluções para lidar com a saudade e manter vivo o legado de quem se foi tem sido uma constante ao longo dos séculos. Desde monumentos até fotos e vídeos, diversas formas de homenagem têm sido exploradas. Nos tempos atuais, a discussão se intensifica com a possibilidade de utilizar a inteligência artificial (IA) para criar avatares e biógrafos virtuais. Uma empresa da Califórnia, chamada HereAfter AI, está explorando essa ideia de criar um “eu virtual” de pessoas falecidas, utilizando dados pessoais catalogados durante a vida, abrangendo desde experiências da infância até aspectos da personalidade e preferências individuais.

No recente artigo da MIT Technology Review, uma revista renomada do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), a questão da chamada “ferramenta de imortalidade” é abordada com cautela. A tecnologia atualmente disponível ainda não é capaz de criar réplicas perfeitamente compatíveis, resultando em diferenças na voz e na maneira de falar das pessoas simuladas. Além disso, surgem questionamentos éticos sobre o uso da voz de indivíduos, tanto vivos quanto falecidos, bem como os possíveis efeitos desencadeadores desses serviços em pessoas que estão passando pelo processo de luto.

De acordo com o artigo, embora a ideia de interagir com um ente querido falecido por meio de inteligência artificial possa parecer reconfortante, existe o risco de prejudicar o processo de luto. A interação com uma IA simulando a pessoa amada pode levar a pessoa em luto a acreditar que está realmente se comunicando com o ente querido, criando uma ilusão de presença e dificultando o processo de aceitação e de seguir em frente.

Por outro lado, a tecnologia também pode ser vista como uma forma de apoio emocional durante o luto. Alguns argumentam que a possibilidade de interagir com uma IA que simula a voz e as características de alguém falecido pode oferecer algum conforto e ajudar no processo de despedida.

No entanto, é importante considerar os limites éticos e emocionais dessas tecnologias. O uso de IA para simular entes queridos falecidos levanta questões sobre privacidade, consentimento e o respeito pela memória dos falecidos. É essencial que qualquer desenvolvimento nesse sentido seja feito com responsabilidade e em conformidade com princípios éticos.

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Em última análise, a decisão de utilizar ou não essa tecnologia é extremamente pessoal e deve ser baseada na compreensão dos benefícios e riscos envolvidos, bem como nas necessidades e preferências individuais de cada pessoa em luto. A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa, mas é fundamental garantir que seu uso seja cuidadoso e respeitoso para evitar consequências negativas para o processo de luto e para a saúde emocional das pessoas envolvidas.

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