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Saúde

Conheça os principais tratamentos para a endometriose

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De acordo com a ginecologista Juliana Risso, os tratamentos para a endometriose variam dependendo da gravidade dos sintomas e do impacto na qualidade de vida da paciente. Ela explica que muitas mulheres começam com tratamentos que incluem medicamentos para controle da dor e terapias hormonais. Analgésicos como ibuprofeno ou naproxeno são frequentemente usados para aliviar a dor associada à endometriose.

Segundo a ginecologista, os tratamentos hormonais podem ser muito eficazes na melhora do quadro da endometriose. Eles funcionam principalmente ao bloquear ou suprimir a menstruação. Isso pode diminuir o crescimento do tecido endometrial fora do útero e aliviar os sintomas associados.

Terapias hormonais, como as pílulas anticoncepcionais, os dispositivos intrauterinos hormonais (SIU), os agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e outras opções hormonais, podem ajudar a reduzir ou eliminar os períodos menstruais, diminuindo o crescimento do tecido endometrial e, consequentemente, os sintomas. “Uso muito a gestrinona como tratamento para bloqueio dos focos de endometriose e atrofia endometrial, seja na forma sublingual, vaginal ou de implantes hormonais. A gestrinona, além de tratar a endometriose, pode ter alguns efeitos benéficos ao paciente, como melhora de libido, ganho de massa muscular, energia, entre outros”, esclarece.

Dra. Juliana Risso - Foto divulgação 

Dra. Juliana Risso – Foto divulgação  

 A médica diz que podem existir efeitos colaterais como o aumento da oleosidade na pele, acne e a dose elevada deve ser evitada para evitar o aumento de clitóris ou mudança no timbre da voz. “Tudo deve ser conversado exaustivamente com a paciente e a elegibilidade dela deve ser levada em consideração. Para mulheres que não respondem bem aos medicamentos ou que desejam alternativas, existem terapias complementares que podem oferecer alívio. Técnicas como acupuntura, fisioterapia e mudanças na dieta têm sido benéficas para algumas, ajudando a gerenciar a dor e a inflamação associadas à endometriose. Suplementos como vitamina D e magnésio também são frequentemente recomendados, embora devam ser discutidos com um médico”, orienta.

Outras opções de tratamentos hormonais

Juliana inclui os agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Eles são medicamentos que reduzem os níveis de estrogênio no corpo, colocando a paciente em um estado semelhante à menopausa temporária. “Pode ser eficaz na redução dos sintomas, mas também pode ter efeitos colaterais como ondas de calor e perda de densidade óssea. Para mitigar esses efeitos, muitas vezes são prescritos em conjunto com pequenas doses de hormônios estrogênicos ou progestagênicos”, alerta.

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Os análogos de GnRH são outra opção hormonal que age de forma semelhante aos agonistas de GnRH, reduzindo os níveis de estrogênio e progesterona. São usados em ciclos de tratamento para controlar os sintomas da endometriose. Além desses, os inibidores de aromatase são medicamentos que reduzem a produção de estrogênio em todo o corpo e podem ser úteis para mulheres que não respondem bem a outras terapias hormonais.

Esses tratamentos hormonais são geralmente eficazes para muitas mulheres, proporcionando alívio significativo da dor e outros sintomas. No entanto, a escolha do tratamento hormonal deve ser personalizada, levando em consideração a idade da paciente, a severidade dos sintomas, a resposta a tratamentos anteriores e qualquer desejo de gravidez futura. “É importante ser supervisionado por um médico para monitorar a eficácia e ajustar as doses conforme necessário, além de gerenciar quaisquer efeitos colaterais”, recomenda.

Cirurgia

Se os tratamentos médicos e complementares não proporcionam alívio suficiente, a cirurgia pode ser considerada. A ginecologista comenta que a endometriose é tratada cirurgicamente quando os sintomas são graves, debilitantes, a dor interfere na qualidade de vida ou a infertilidade é um problema.

A laparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva. Trata-se de uma técnica mais comum para diagnosticar e tratar a endometriose (a moderna cirurgia robótica). Risso conta que durante o procedimento, os cirurgiões podem visualizar diretamente o tecido endometrial fora do útero, fazendo a remoção ou destruindo-o. “Essa cirurgia pode aliviar a dor e melhorar a fertilidade em muitas mulheres”, aponta.

Quando o caso é grave e o tecido endometrial está extensamente disseminado ou outras opções de tratamento falharam, uma histerectomia com anexotomia (retirada das trompas e ovários) pode ser considerada.

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A histerectomia envolve a remoção do útero e, em alguns casos, dos ovários, além das aderências e de todo tecido endometriótico, podendo proporcionar alívio dos sintomas. “Nos casos mais graves, as pacientes podem ter que retirar um pedaço do intestino e até um rim, de acordo com o acometimento da doença. No entanto, essa é uma decisão séria e irreversível, geralmente recomendada apenas para mulheres que não desejam ter mais filhos e/ou que têm sintomas severos que não respondem a outros tratamentos”, ressalta.

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