Antidepressivos para dores crônicas na coluna: descubra como esses medicamentos podem proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida

Especialista comenta os benefícios

O neurocirurgião Rodolfo Carneiro diz que a dor crônica na coluna é um desafio enfrentado por muitas pessoas, pois pode persistir mesmo após o tratamento da causa original. O médico afirma que os antidepressivos têm sido cada vez mais utilizados, embora não atuem como tais nesse caso específico. “Na verdade, eles desempenham um papel como moduladores centrais da dor, agindo na via central do sistema nervoso para dessensibilizar os neurônios envolvidos nesse processo. A via central da dor é responsável pelo processamento, reconhecimento e memorização da dor no sistema nervoso central. Em casos de dor crônica, essa via pode passar por alterações neuronais permanentes, deixando os neurônios mais sensíveis e reativos, mesmo após a resolução da causa original da dor. É aí que entram os antidepressivos”, explica.

Segundo o especialista, os inibidores seletivos da recaptação de monoaminas são os antidepressivos mais utilizados no tratamento de dores crônicas na coluna. Rodolfo esclarece que esses medicamentos modulam os neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina, promovendo um efeito cumulativo ao longo do tempo com o uso prolongado. “Eles foram desenvolvidos com segurança comprovada para serem usados dessa forma contínua e prolongada. O uso de antidepressivos para o tratamento da dor crônica na coluna deve ser acompanhado por um médico especialista. Isso ocorre porque podem surgir efeitos colaterais e interações medicamentosas que precisam ser considerados”, ressalta.

Contudo, o neurocirurgião lembra que esses medicamentos não são viciantes e podem ser descontinuados no momento em que o paciente desejar, desde que seja de forma gradual e programada para evitar a perda dos benefícios neurológicos alcançados pela medicação.

Dor crônica na coluna

Conforme Rodolfo, a dor crônica na coluna é um problema de saúde complexo, com várias causas e mecanismos subjacentes. Ele aponta que o tratamento adequado requer uma abordagem individualizada, levando em consideração a causa da dor, os fatores de risco do paciente, as comorbidades e as preferências pessoais. Além dos medicamentos, existem outras opções de tratamento disponíveis, como terapia física, acupuntura, psicoterapia e outras abordagens complementares.

Dr. Rodolfo Carneiro – Foto divulgação

O médico reforça que se o indivíduo sofre com o problema, é primordial buscar a avaliação de um especialista em coluna para ser realizada uma avaliação completa e individualizada do caso. “Não ignore ou subestime a dor crônica na coluna, pois existem opções eficazes de tratamento disponíveis para retomar sua vida sem desconforto constante”, finaliza.