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Saúde

“A terapia de reposição hormonal, quando indicada e monitorada adequadamente, pode oferecer uma melhora significativa na qualidade de vida das mulheres, sempre considerando um perfil de risco favorável e uma avaliação médica detalhada”, diz especialista

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A Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac) aponta que a TRH é mais eficaz e segura quando iniciada até 10 anos após a menopausa, ou antes dos 60 anos

Segundo o médico Matheus Lisboa (CRM-AL 8.530), o período ideal para iniciar a terapia de reposição hormonal (TRH) é durante a perimenopausa ou logo após a menopausa, quando os sintomas afetam a qualidade de vida da mulher. O especialista comenta que orienta as pacientes dele a considerar a TRH assim que começarem os sintomas moderados a severos durante a “transição menopausal”. A mulher tem variações na duração do ciclo menstrual, que ficam mais espaçados, o fluxo reduz, e os sintomas vasomotores, como as famosas ondas de calor ou fogachos, começam. “Esses sintomas são frequentemente associados à irritabilidade, insônia e outros desconfortos, devido à queda dos hormônios, os quais devem ser acompanhados por exames laboratoriais. É importante personalizar a abordagem, levando em conta a história clínica, os fatores de risco individuais e as preferências da paciente. O acompanhamento contínuo e a revisão regular da terapia são essenciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento”, pontua

Vantagens

Alívio dos sintomas da menopausa: a TRH é eficaz no alívio dos sintomas vasomotores, como ondas de calor e suores noturnos, o que reduz a insônia e melhora significativamente a qualidade de vida.

Melhora da saúde vaginal: a terapia ajuda no alívio da secura vaginal, na dor durante a relação sexual e dos sintomas urinários, promovendo uma melhor saúde urogenital e mais prazer nas relações.

Proteção óssea e muscular: a TRH previne e reduz o risco de osteoporose e fraturas, além de preservar a força e mobilidade, o que é crucial para a saúde em longo prazo.

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Saúde mental: há uma significativa melhora no humor, na redução dos sintomas de depressão e ansiedade que muitas mulheres experimentam durante a menopausa.

Função cognitiva: a TRH pode ter efeitos positivos e ajudar a prevenir o declínio cognitivo relacionado à idade, oferecendo proteção contra doenças, como o Alzheimer.

Desvantagens

Risco cardiovascular: a avaliação do pré-tratamento e a seleção cuidadosa das pacientes ajudam a minimizar os riscos de eventos tromboembólicos e outros problemas cardiovasculares.

Efeitos colaterais: com ajustes de dosagem e monitoramento contínuo, é possível minimizar inchaço e sensibilidade mamária.

Custo e acompanhamento: a TRH, embora tenha um custo, é implementada de forma segura e eficaz com monitoramento contínuo e ajustes baseados em evidências.

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Risco de câncer

Matheus conta que este é um questionamento frequente no consultório e também entre os médicos. “A preocupação com a associação entre a terapia hormonal e o risco de câncer, especialmente o câncer de mama, muitas vezes é exacerbada pela divulgação de estudos antigos, que apresentavam os riscos de maneira distorcida. De acordo com os conhecimentos atuais, o risco de câncer de mama associado ao uso de TH é muito baixo, menos de um caso para cada 1.000 mulheres. Isso contrasta fortemente com outros fatores de risco bem documentados, como a obesidade, o consumo de álcool e o sedentarismo, que aumentam o risco de câncer de mama em mais de 20%”, explica.

Dr. Matheus Lisboa - Foto divulgação

Dr. Matheus Lisboa – Foto divulgação

O médico reforça que, embora exista um risco muito pequeno de aumento da incidência de neoplasia de mama em mulheres que fazem terapia hormonal, isso é relevante para àquelas que já tiveram um histórico pessoal de câncer de mama ou quando a terapia hormonal é malconduzida — casos em que a terapia é mal-indicada ou utiliza combinações inadequadas de hormônios.

Reposição hormonal após os 60 anos

Conforme Matheus, a mulher pode fazer, entretanto, o tratamento deve ser sempre individualizando a situação. O médico enfatiza que a TRH deve ser feita até 10 anos do início da menopausa ou caso a mulher desconheça a data de início da menopausa, pode-se  considerar  até  os  60  anos  como  sendo  seguro.

“Recomenda-se optar inicialmente por métodos terapêuticos alternativos ou sempre preferir a via transdérmica (gel ou adesivo) e com doses mínimas de estrogênio”, pondera.

Relação da reposição hormonal nos aspectos psicológicos da mulher

De acordo com o especialista, o estrogênio, principal componente da reposição hormonal, tem uma influência significativa sobre os sistemas de neurotransmissores, que regulam as emoções e comandam os sentimentos de tristeza, alegria, prazer e motivação. Ele elucida que durante o climatério, devido à deficiência desse hormônio, é comum que as mulheres experimentem oscilações de humor, incluindo sintomas depressivos, irritabilidade, desânimo e falta de energia. A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ajudar a estabilizar esses sintomas emocionais. “O estrogênio atua diretamente no cérebro, melhorando o humor, a concentração e a memória, além de aumentar a sensação de prazer e bem-estar. Na minha prática, vejo frequentemente pacientes que relatam uma melhora significativa no estado emocional após iniciar a TRH. Portanto, pode trazer mais estabilidade emocional, melhorar a memória e a cognição, além de proporcionar mais prazer na vida. Ver essa transformação e a satisfação das minhas pacientes é um dos maiores prazeres da minha profissão”, finaliza.

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