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Brasil tem mais de 18 milhões de pessoas com transtorno de ansiedade

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Tatá Werneck e Wesley Safadão - Foto divulgação

Especialista diz que a ansiedade excessiva pode causar sofrimento, estando associada a prejuízos importantes na vida das pessoas. Além disso, um dos maiores gatilhos para ter uma crise é o próprio medo de ter outra crise

A atriz e apresentadora Tatá Werneck e o cantor Wesley Safadão são personalidades famosas que comentaram publicamente sobre a crise de ansiedade que eles já enfrentaram. Números da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país com mais pessoas ansiosas no mundo. São cerca de 18,5 milhões de brasileiros com o transtorno.

A psiquiatra Amanda Cavalcante salienta que para compreendermos o conceito de ansiedade, é preciso entender o significado de medo. “É um sentimento de inquietude que se inicia rapidamente na presença de um perigo real, concreto, mas se dissipa assim que essa ameaça é removida. É uma resposta, em geral, adaptativa”, explica.

A ansiedade, segundo a médica, é diferente do medo, pois há um desconforto acerca da antecipação da ameaça previsível ou imprevisível que indica um perigo iminente. “Quando essa ameaça é inespecifica, pode gerar um medo que dura mais tempo do que o medo de algo específico, o que chamamos de ansiedade. E ela vai se dissipar por mais tempo também. Mas isso também pode ser evolutivo, fisiológico (normal)”, esclarece.

Sintomas físicos e psíquicos

A especialista destaca que os sintomas físicos acometem coração acelerado, mão gelada, sudorese, náusea, dores musculares, contraturas, tremores, formigamento, calafrios, ondas de calor, adormecimento de algumas partes do corpo, sensação de sufocação e respiração curta. Já os sintomas psíquicos englobam a tensão, nervosismo, apreensão, insegurança, dificuldade de concentração, despersonalização — o indivíduo tem um estranhamento em relação a si — e desrealização — sensação de estranheza com o ambiente.

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Diferença de ansiedade para um ataque cardíaco

A psiquiatra argumenta que a maioria dos transtornos ansiosos têm início na infância, adolescência ou começo da vida adulta, reduzindo a chance daqueles sintomas serem de causa cardíaca. No entanto, por conta dos sintomas físicos, que envolvem muitas vezes palpitações, coração acelerado, dor ou desconforto no tórax, por exemplo, muitas vezes é necessário realizar exames cardíacos para diferenciá-los de uma doença cardíaca de forma mais segura.

Tratamento

Amanda cita que a psicoterapia é essencial, sendo o tratamento de primeira linha a Terapia-Cognitiva Comportamental (TCC). Em termos de medicação, a psiquiatra aponta os inibidores seletivos de receptação de serotonina (Escitaloptam, Sertralina, Fluoxetina, entre outros desta classe) e os inibidores seletivos de receptação de serotonina e noradrenalina (Venlafaxina, Duloxetina) são os tratamentos de escolha. Ademais, os benzodiazepinivos (Clonazepam por exemplo) para controle das crises iniciais, desde que seja com a dose e o tempo adequado. “Não podemos esquecer que um estilo de vida saudável faz parte do tratamento dos transtornos ansiosos, sendo importante a prática de atividade física, o sono regular e exercícios de relaxamento”, lembra a médica.

Dra. Amanda Cavalcante - Foto divulgação

Dra. Amanda Cavalcante – Foto divulgação

Mulheres são mais ansiosas

Conforme Amanda, as mulheres apresentam um risco maior de desenvolver transtorno de ansiedade ao longo da vida do que os homens. Ela reforça que diversos estudos sugerem maior gravidade de sintomas, cronicidade e prejuízo funcional dos transtornos de ansiedade entre mulheres. “Isso se deve não só a fatores genéticos, mas também por influência exercida pelos hormônios sexuais femininos e também pelo papel da mulher na sociedade”, finaliza.

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