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‘Mudança radical’: por que fim de checagem de fake news no Facebook aproxima Zuckerberg ainda mais de Trump
A Meta anunciou que está abandonando o uso de checagem independente de fatos no Facebook e no Instagram, substituindo-os por “notas da comunidade”, em um modelo semelhante ao do X, em que comentários sobre a precisão do conteúdo das postagens são deixados a cargo dos próprios usuários.
Em um vídeo publicado no blog da empresa nesta terça-feira (7/1), o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, disse que os moderadores profissionais são “muito tendenciosos politicamente” e que era “hora de voltar às nossas raízes, em torno da liberdade de expressão”.
Joel Kaplan, que substituiu Nick Clegg e é hoje o principal executivo de políticas da Meta, escreveu que a dependência da empresa de moderadores independentes era “bem intencionada”, mas muitas vezes resultava na censura dos usuários.
Ativistas contra o discurso de ódio na internet criticaram a medida — e sugeriram que a mudança é motivada pela intenção de Zuckerberg de se aproximar de Donald Trump, que toma posse no próximo dia 20 de janeiro.
“O anúncio de Zuckerberg é uma tentativa flagrante de agradar a próxima administração Trump — com implicações prejudiciais”, disse Ava Lee, do Global Witness, grupo que se descreve como dedicado a cobrar a responsabilização das grandes empresas de tecnologia por seus atos.
“‘Alegar evitar a ‘censura’ é uma manobra política para evitar assumir a responsabilidade pelo ódio e pela desinformação que as plataformas encorajam e facilitam”, acrescentou.
Copiando o X
O atual programa de verificação de fatos da Meta, criado em 2016, avalia publicações que parecem falsas ou enganosas por organizações independentes de checagem.
Publicações sinalizadas como imprecisas podem ganhar rótulos com informações adicionais aos usuários e serem movidas para baixo nos feeds dos usuários.
Isso agora será substituído, inicialmente nos Estados Unidos, pelo que é conhecido como “notas da comunidade”, feitas pelos próprios usuários, que podem acrescentar contexto ou esclarecimentos a postagens que consideram incorretas ou imprecisas.
A Meta diz que “não tem planos imediatos” para dispensar seus checadores de fatos terceirizados no Reino Unido ou na União Europeia.
O novo sistema de notas da comunidade foi copiado do X, que o introduziu após ser adquirido e rebatizado por Elon Musk.
A Fundação Molly Rose, do Reino Unido, descreveu o anúncio como uma “grande preocupação com a segurança online”.
“Estamos esclarecendo urgentemente o âmbito dessas medidas, incluindo se elas se aplicarão ao suicídio, à automutilação e ao conteúdo depressivo”, disse o seu presidente, Ian Russell.
“Essas medidas podem ter consequências terríveis para muitas crianças e jovens.”
A organização de checagem de fatos Full Fact — que participa do programa do Facebook para verificação de publicações na Europa — disse que “refuta as alegações de parcialidade” feitas pela empresa.
O presidente-executivo do órgão, Chris Morris, descreveu a mudança como “decepcionante e um retrocesso que corre o risco de ter um efeito inibidor em todo o mundo”.
‘Uma mudança radical’
A publicação no blog do Meta informa que também “reverteria o avanço da missão” na área de regras e políticas, destacando a remoção de restrições em assuntos como “imigração, gênero e identidade de gênero” e argumentando que o tema tem gerado discussões e debates políticos.
“Não é certo que coisas possam ser ditas na TV ou no plenário do Congresso, mas não em nossas plataformas”, diz o texto.
As mudanças ocorrem no momento em que as empresas de tecnologia e seus executivos se preparam para a posse do presidente eleito, Donald Trump, no dia 20 de janeiro.
Trump já foi um crítico voraz da Meta e de sua abordagem à moderação de conteúdo, chamando o Facebook de “um inimigo do povo” em março de 2024.
Mas as relações entre ele e Zuckerberg melhoraram desde então: o CEO da Meta jantou na casa de Trump na Flórida, em Mar-a-Lago, no último mês de novembro e a empresa doou US$ 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) para um fundo para o evento de posse de Trump.
Em mais um gesto de aproximação, Zuckerberg anunciou na segunda-feira (6/1) que Dana White, presidente-executivo do Ultimate Fighting Championship (UFC) e apoiador de longa data de Trump, passaria a fazer parte do conselho administrativo da Meta.
“As eleições mais recentes parecem sinalizar um ponto de virada cultural para, mais uma vez, dar prioridade à liberdade de expressão”, disse Zuckerberg no vídeo que publicou nesta terça-feira.
A substituição de Nick Clegg — um liberal-democrata britânico — por Kaplan por como principal executivo de políticas da Meta também foi interpretada como um sinal da mudança da empresa em relação à moderação e de realinhamento de suas prioridades.
Kate Klonick, professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de St John, disse que as mudanças refletem uma tendência “que parecia inevitável nos últimos anos, especialmente desde a aquisição do X por Musk”.
“A gestão privada do discurso nestas plataformas tornou-se cada vez mais um ponto político”, disse ela à BBC News.
Enquanto, no passado recente, as empresas de tecnologia enfrentaram pressão para criar mecanismos de confiança e segurança para lidar com questões como assédio, discurso de ódio e desinformação, está agora em curso um “retrocesso radical na direção oposta”, ela acrescenta.
‘Convite à extrema direita’
No Brasil, o governo Lula reagiu à decisão por meio do secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, que criticou o fim da checagem profissional em um post no LinkedIn: “Significa um convite para o ativismo da extrema direita reforçar a utilização dessas redes como plataformas de sua ação política.”
“Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos”, completou.
Ele também comentou sobre o fato de Zuckerberg ter feito referência, no vídeo em que postou detalhando as medidas, a “cortes secretas” na América Latina. Para ele, o CEO da Meta fez tacitamente referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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